O grupo psicoterapêutico tem características fora do padrão: suas experiências são mantidas em confidência; não há jogos de status, sociais e sexuais; honestidade, espontaneidade e autorrevelação são estimuladas para que cada um fale abertamente e experimente novos comportamentos. Conflitos fazem parte – não há como eliminar o conflito dos grupos humanos. O tratamento efetivo desenvolve no indivíduo repertório interpessoal diversificado, flexível e empático. Quando este processo - que é individual – substituir ciclos viciosos por virtuosos, a ponto de alcançar uma espiral adaptativa autônoma e eficaz, não será mais necessária a psicoterapia. Um conceito fundamental associado a este resultado é o de responsabilidade. Todos aqueles que buscam ajuda na psicoterapia tem a oportunidade de aprender sobre como contribuem para seu próprio isolamento e solidão: “o indivíduo atinge a saúde mental até o nível em que está ciente das próprias relações interpessoais” (MURRAY apud YALOM).
Referência: Yalon, Y. Psicoterapia de grupo: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2006.
A psicoterapia é uma arte e uma ciência. Uma experiência emocional e uma aprendizagem. Seus objetivos são ambiciosos. Não raro deseja-se mudar hábitos desenvolvidos ao longo de anos. Muitas pessoas que procuram a psicoterapia têm dificuldades para criar e manter relacionamentos íntimos satisfatórios, ou tem dificuldade de manter boa auto-estima. O primeiro pesquisador a utilizar o termo “psicoterapia de grupo” foi Moreno, no início do séc. XX. Ele a entendia como uma metodologia clínica de tratamento de vários indivíduos ao mesmo tempo em um grupo cujo único foco era a saúde. Estudos demonstram que a psicoterapia de grupo é tão efetiva quanto a terapia individual, além de possuir benefícios específicos.
O relacionamento é o aspecto central da psicoterapia. Dentro do microcosmo de um grupo as pessoas reproduzem, sem perceber, sua forma de se relacionar na vida cotidiana. Viver a experiência de grupo psicoterapêutico junto a uma reflexão dessa mesma experiência esclarece sobre a forma como nos relacionamos e nos comunicamos com outras pessoas, facilitando no processo de autocompreensão.
Psicoterapia de grupo: Quando o coletivo trata o individual
(publicado originalmente na Revista Casa Bairro, ano III, no. 22, 2011, p.34. Daniel Gulassa)

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